Corpos esbeltos e impossíveis na vida real. Cabelos loiros. Olhos verdes ou azuis. Frágeis e dependentes do sexo masculino. Eis as características que até pouco tempo eram consideradas essenciais para descrever o universo das princesas exportadas para o mundo pela Disney.
Hoje em dia, porém, a realidade é outra e tais traços acima perfilados fazem parte do passado e não mais do presente. Com uma sociedade marcada pelo empoderamento feminino e a equidade de gênero, as princesas agora são independentes, poderosas, diversas… e mais humanas.
O universo mágico de Walt Disney
Entre os anos de 1937 a 1959, o cineasta, dublador, roteirista e renomado diretor Walt Disney cativou o mundo com verdadeiros contos de fadas que encantaram centenas de milhares de pessoas ao redor de todo o globo.
Rapidamente, obras como Branca de Neve (1937), Cinderela (1950) e A Bela Adormecida (1959), dentre outras, se tornaram referências para milhões de adolescentes e têm figurado, desde então, no dia a dia dos amantes dos contos de fadas.
O tempo passou e o universo encantado da Disney precisou se adequar às questões mais contemporâneas. As mulheres já não querem mais ser retratadas como frágeis e submissas ao sexo oposto. Pelo contrário, elas querem ser donas de suas próprias histórias, buscam independência e não serem mais objetificadas.
Nesse sentido, o mundo vem sendo apresentado a novas princesas, que representam a pluralidade e não se prendem a estereótipos de gênero. Confira algumas das princesas do século 21 que quebram os padrões.

Tiana
Personagem da animação A Princesa e o Sapo (2009), Tiana rompeu os padrões de princesas brancas. Negra, a realeza de origem grega se destaca por sua personalidade forte e pela independência, além, claro, do ensinamento de valores ao sapo que, como se sabe, se revelará um príncipe.

Merida
A princesa do filme Valente (2012) representa a essência da mulher do século XXI: anseia por liberdade e autonomia. Conhecida por sua coragem e a paixão pela prática do tiro com arco, a herdeira do trono escocês frustra os planos de sua mãe ao renegar os assuntos relacionados à realeza e por querer assumir o controle de seu próprio destino. Merida, aliás, é visto como sinônimo da mulher “que alcançou um lugar de honra”.

Elsa e Anna
Impossível falar sobre a ressignificação do universo encantado das princesas da Disney e não citar a icônica personagem Elsa, protagonista do filme Frozen (2013).
Poderosa, ela deixa de lado a premissa de que as mulheres necessitam de uma companhia masculina, e é dona do próprio nariz. Nas redes sociais, chegaram a cogitar, inclusive, que a personagem seria lésbica e a própria Disney deu base para essa tese ganhar cada vez mais força, o que acabou gerando expectativas para o segundo filme da saga.
No entanto, os fãs de Frozen que aguardavam um romance lésbico entre a princesa de gelo e uma outra mulher acabaram saindo dos cinemas frustrados. Hoje, acredita-se que, na verdade, Elsa seja assexual, ou seja, sente pouca ou nenhuma atração sexual por pessoas, independente do gênero, tema em pauta na atualidade e que, sem dúvidas, foge aos padrões de altezas como a Branca de Neve, por exemplo, que necessita do beijo de um príncipe para voltar à vida.
Personagem secundária de Frozen, a irmã de Elsa, Anna, também merece uma citação especial por sua valentia e por não se deixar subjugar pelo machismo.

Moana
Outra que quebra paradigmas é a princesa Moana, do filme Moana: Um Mar de Aventuras (2016). Dona de um corpo torneado e moreno, cabelos crespos e olhos escuros, a aparência da jovem guerreira já a distingue da maioria das princesas da Disney, mas tais diferenças não param por aí.
Para começar, o filme sequer tem um príncipe encantado. O grande desejo da personagem nem de longe é o casamento, mas, sim, a vontade de salvar a ilha em que vive na Polinésia. Sua personalidade é destemida, voluntariosa, independente e, sobretudo, autossuficiente.
Princesas do século 20 que romperam o padrão
No fim do século 20, algumas Princesas Disney já mostravam qualidades que as destacavam do resto e quebravam parte dos paradigmas estabelecidos até então. Confira:

Jasmine
Personagem do filme de Aladdin (1992), Jasmine é uma princesa árabe e filha do sultão de Agrabah. Na animação, a jovem foge à regra da realeza passiva e se envolve em várias peripécias ao lado de Aladdin, tendo comportamento considerado rebelde.

Pocahontas
Indígena, Pocahontas (1995), cujo nome em sua língua nativa significa “brincalhona”, foi inspirada na lenda de uma índia chamada Matoaka. A princesa rompe padrões das realezas e mantém uma conexão bastante forte com a natureza e os animais, além de possuir a capacidade de falar com os espíritos.

Mulan
O nome de Mulan (1998) quer dizer “florescimento da magnólia”, em chinês. Sem dúvida alguma a princesa foi um divisor de águas no universo de Walt Disney: bastante corajosa, ela se passa por um guerreiro no lugar de seu debilitado pai e ajuda o exército imperial da China e a expulsar os invasores. A personagem teve uma origem longe das bonanças da realeza e tampouco precisou se casar com um príncipe.